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O Dia dos Namorados, celebrado em 12 de junho no Brasil, é uma data que evoca romantismo, afeto e a celebração do amor. Contudo, sob a superfície das demonstrações de carinho, é crucial que a sociedade em geral reflita criticamente sobre a forma como as relações afetivas são construídas e, mais especificamente, sobre a insidiosa presença das relações abusivas, as quais vemos noticiadas diariamente.
A Psicologia, com sua vasta gama de teorias, abordagens e práticas, oferece lentes essenciais para identificar, compreender e combater essa grave problemática.
O primeiro ponto que deve ficar evidente é o fato de que relações abusivas não se restringem à violência física. Elas manifestam-se em diversas formas: abuso psicológico, caracterizado por manipulação, controle excessivo, humilhações, críticas constantes e isolamento social; abuso verbal, com xingamentos, desvalorização e ameaças; abuso financeiro, no qual um parceiro controla o dinheiro do outro, impede o acesso a recursos ou explora financeiramente; e abuso sexual, que envolve qualquer ato sexual sem consentimento pleno e livre. No contexto do Dia dos Namorados, a pressão para exibir uma “relação perfeita” pode mascarar esses comportamentos, dificultando o reconhecimento da toxicidade.
A Psicologia explica que a dinâmica de uma relação abusiva é complexa e frequentemente perversa. O ciclo da violência, descrito por Lenore Walker[1], ilustra a alternância entre fases de tensão, explosão e lua de mel, que aprisionam a vítima em um emaranhamento emocional e psicológico.
A dependência emocional, a baixa autoestima e a dissociação são mecanismos psicológicos que podem ser desenvolvidos ou intensificados pela vítima, dificultando a percepção do abuso e a ruptura do vínculo. O agressor, por sua vez, muitas vezes projeta suas próprias inseguranças e carências, buscando controle e poder sobre o outro.
No ambiente universitário, onde jovens adultos estão construindo sua identidade e explorando suas primeiras relações afetivas mais sérias, a discussão sobre relações abusivas é ainda mais vital.
Campanhas de conscientização e espaços de diálogo podem desconstruir mitos sobre o amor romântico idealizado, que por vezes normaliza comportamentos de controle e ciúme excessivo.
A Psicologia tem um papel ativo em promover a educação para o relacionamento saudável, baseada no respeito mútuo, na autonomia, na comunicação não-violenta e no reconhecimento dos limites individuais.
Que o Dia dos Namorados, em vez de ser apenas uma data comercial, se torne uma oportunidade para reforçarmos o compromisso com relações baseadas no amor verdadeiro, que floresce na liberdade, no respeito e na segurança, e para combater toda forma de abuso.
Felipe Eduardo Ramos de Carvalho
Psicólogo
Pós-graduado em Saúde Mental
Professor e Coordenador do Curso de psicologia na unidade de Caratinga
[1] WALKER, Lenore. A mulher agredida. New York: Harper and How, 1979.
O Dia dos Namorados, celebrado em 12 de junho no Brasil, é uma data que evoca romantismo, afeto e a celebração do amor. Contudo, sob a superfície das demonstrações de carinho, é crucial que a sociedade em geral reflita criticamente sobre a forma como as relações afetivas são construídas e, mais especificamente, sobre a insidiosa presença das relações abusivas, as quais vemos noticiadas diariamente.
A Psicologia, com sua vasta gama de teorias, abordagens e práticas, oferece lentes essenciais para identificar, compreender e combater essa grave problemática.
O primeiro ponto que deve ficar evidente é o fato de que relações abusivas não se restringem à violência física. Elas manifestam-se em diversas formas: abuso psicológico, caracterizado por manipulação, controle excessivo, humilhações, críticas constantes e isolamento social; abuso verbal, com xingamentos, desvalorização e ameaças; abuso financeiro, no qual um parceiro controla o dinheiro do outro, impede o acesso a recursos ou explora financeiramente; e abuso sexual, que envolve qualquer ato sexual sem consentimento pleno e livre. No contexto do Dia dos Namorados, a pressão para exibir uma “relação perfeita” pode mascarar esses comportamentos, dificultando o reconhecimento da toxicidade.
A Psicologia explica que a dinâmica de uma relação abusiva é complexa e frequentemente perversa. O ciclo da violência, descrito por Lenore Walker[1], ilustra a alternância entre fases de tensão, explosão e lua de mel, que aprisionam a vítima em um emaranhamento emocional e psicológico.
A dependência emocional, a baixa autoestima e a dissociação são mecanismos psicológicos que podem ser desenvolvidos ou intensificados pela vítima, dificultando a percepção do abuso e a ruptura do vínculo. O agressor, por sua vez, muitas vezes projeta suas próprias inseguranças e carências, buscando controle e poder sobre o outro.
No ambiente universitário, onde jovens adultos estão construindo sua identidade e explorando suas primeiras relações afetivas mais sérias, a discussão sobre relações abusivas é ainda mais vital.
Campanhas de conscientização e espaços de diálogo podem desconstruir mitos sobre o amor romântico idealizado, que por vezes normaliza comportamentos de controle e ciúme excessivo.
A Psicologia tem um papel ativo em promover a educação para o relacionamento saudável, baseada no respeito mútuo, na autonomia, na comunicação não-violenta e no reconhecimento dos limites individuais.
Que o Dia dos Namorados, em vez de ser apenas uma data comercial, se torne uma oportunidade para reforçarmos o compromisso com relações baseadas no amor verdadeiro, que floresce na liberdade, no respeito e na segurança, e para combater toda forma de abuso.
Felipe Eduardo Ramos de Carvalho
Psicólogo
Pós-graduado em Saúde Mental
Professor e Coordenador do Curso de psicologia na unidade de Caratinga
[1] WALKER, Lenore. A mulher agredida. New York: Harper and How, 1979.